domingo, 30 de agosto de 2009

Hoje sim... chega de consternação!

Bom, decidi escrever hoje sobre um assunto que nâo nos cause revolta ou consternação. Há pouco mais de uma semana atrás, subindo a rampa para o centro de estudos do hospital para uma aula, um fragmento da Folha de São Paulo, dobrada sobre o corrimão de cimento, chamou minha atenção através da imagem de um jovem sentado com vários instrumentos ao redor em frente a uma árvore seca, à frente de um fundo que imitava o céu ao crepúsculo. Tratava-se de uma reportagem sobre o mexicano Zach Condon, vocalista e líder da banda Beirut.
Gostei da reportagem e procurei conhecer algo ao chegar em casa. Minha surpresa ao ouvir a música foi da estranheza à incredulidade, e desta ao fascínio (sim, sim... sou dramático mesmo... paciência... coisas de carcamano). Trata-se de uma mistura de ritmos de vários países, que se casam em uma harmonia praticamente inconcebível, sendo os pontos mais marcantes, o violão, a percussão, o acordeon e os instrumentos de sopro. Descobri, então, que o som de Beirut tomava parte na trilha sonora da minissérie Capitu, exibida na Rede Globo. Ao ler críticas e premiações da referida série, busquei assistir à mesma (a insônia, às vezes, faz com que nosso dia pareça ter mais do que 24 horas, hehe). A descrição de impressões acima se mostra também adequada a essa situação (para evitar que o estômago do leitor revire devido a um novo arrombo de pieguice de minha parte, hehe). Com direção de arte incrível, atuações memoráveis e uma inacreditável fusão de teatro com cinema, a série é a melhor e mais fiel adaptação de Dom Casmurro, de Machado de Assis, à qual já tive a oportunidade e o prazer de assistir. A maquiagem e a fotografia são espetáculos à parte. A atmosfera lúdica casa-se perfeitamente com o que se passou por minha mente de adolescente quando li o romance pela primeira vez.
Bom, mais comentários terão espaço aqui em outras oportunidades.
Fazendo votos de uma ótima semana a todos, deixo vocês com imagens de Capitu ao som de Elephant Gun e o sexy e muito bem coreografado videoclipe original da música.



sábado, 29 de agosto de 2009

Era pra ser um post otimista

Hoje pela manhã manhã acordei, olhei pela janela e, surpreso, notei um belo dia, muito diferente do habitual por aqui, nesses últimos dias. Liguei meu PC disposto a postar algo de belo e positivo, pra combinar com o ar (poluído, mas, ainda assim, menos carregado que o de costume) que entrava pelas minhas narinas e enchia meus pulmões (clichê, né.... mas vai ficar assim mesmo... se eu achar coisa melhor, edito depois).
Eis que encontrei estampado, na primeira página dos principais jornais eletrônicos, uma notícia sobre Jaycee Lee Dugard, a garota que foi seqüestrada aos onze anos, tendo ficado 18 anos em cativeiro, sofrido abuso sexual continuamente e gerado dois filhos de seu agressor.
Algo de impressionante é o fato de Jaycee sentir-se vinculada a seu agressor, vínculo esse que traz consigo uma dose de culpa suficiente para confundir e atormentar a mente da mulher. Mais impressionante ainda é o fato de esse fenômeno ser relativamente comum, carregando a denominação de Síndrome de estocolmo, na qual a vítima de seqüestro cria um vínculo afetivo com o agressor para preservar a própria vida.
Isso me fez refletir um pouco sobre a situação que muitas crianças enfrentam no mundo todo, e me lembrou de uma notícia que li há quase um mês. O texto dizia que fora encontrado no lixão de Maceió-AL o corpo de um garoto de 12 anos, que havia sido atropelado por um veículo da prefeitura no local. Quando questionado sobre o acidente, uma autoridade em urbanização da cidade disse que iria mandar instalar iluminação e construir um muro para evitar o acesso das crianças ao lixão, quando, na verdade, deveria ter sido construído um aterro sanitário há muito.
O que um caso tem a ver com o outro? No caso de Jaycee, seu algoz era visitado várias vezes pela polícia e era um agressor sexual que já havia sido julgado e condenado, tendo cumprido sua pena e sido libertado, sob supervisão policial. Durante todo esse tempo, a polícia americana nuca se deu ao trabalho de investigar os fundos da casa, onde a menina era mantida em confinamento, apesar de uma denúncia dos vizinhos em 2006. Note-se que a cidade onde Jaycee era mantida prisioneira é vizinha da cidade onde fora seqüestrada.
Crianças são seres incapazes de se defender sozinhos, e com uma capacidade muito limitada de tomar decisões corretas sobre as próprias vidas. Isso faz com que a sociedade adulta tenha uma responsabilidade para com os menores. É dos adultos que depende a segurança e o futuro dos infantes. É notória a falta de responsabilidade que alguns adultos demonstram por crianças... não se trata de nenhuma novidade. Mas quando são as autoridades que apresentam comportamento relapso nesse sentido, abre-se uma lacuna em nosso sentimento de segurança, já tão alvejados por eventos cotidianos. Quando a vida de um ser indefeso está em nossas mãos, e falhamos em protegê-la, estamos condenando um ser humano. É como se nossas próprias mãos estivessem conspurcadas de sangue e sofrimento.
O que a população tem a ver com isso? Maceió é a capital do Alagoas, onde foram eleitos os senadores Fernando Collor de Melo e Renan Calheiros (aqueles das acusações mútuas sobre jatinhos e coronéis).
E só para não perder o costume, vai aí um vídeo do festival do minuto para ilustrar esse post:

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pandemídia?

Bom, é impressionante como as pessoas necessitam de drama em suas vidas...
Digo isso por causa de toda a mística que se constrói acerca da nova gripe. É muito importante pontuar, aqui, o fato de que, para alguns grupos de risco, a nova gripe é realmente uma doença preocupante (gestantes, imunodeprimidos, etc...). Porém, para o restante da população, as estatísticas de mortalidade são as mesmas da gripe comum.
Porém, o que se tem visto por aí é uma paranóia desenfreada, cuja repercussão nas pessoas faz com que elas corram para comprar álcool gel na concentração errada e, o que é mais grave, um medicamento útil no tratamento da gripe, mas que não deve ser usado de maneira indiscriminada, o tamiflu.
Incrível como várias outras doenças potencialmente evitáveis que matam ou causam manifestações graves em muito mais pessoas em nosso país não despertam tanta comoção, como hipertensão, diabetes, câncer do colo do útero; e, o que é mais preocupante e bem mais fácil de evitar do que a gripe: aids, sífilis, diarréias, paracoccidioidomicose, dengue, malária, leishmaniose, etc.... Isso sem falar nas doenças que, vergonhosamente, em nosso país, ainda são grandes problemas de saúde pública: Desnutrição infantil, verminoses, hanseníase, tuberculose, etc...
Se todo o esforço que autoridades e população estão despendendo para evitar a gripe do porco fossem orientadas para a prevenção e tratamento dessas doenças, a saúde de nossa população seria de muito mais qualidade.
O vídeo abaixo é um elemento importante para que se pensem nesse e em demais aspectos. Não endosso fontes ou a opinião do criador do vídeo, deixando ao encargo de cada um formar sua própria opinião.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nova mania

Minha nova firula são os novos nomes da mpb. Ando apaixonado pelas vozes das cantoras Roberta Sá (já bem conhecidinha) e CéU. Sou vidrado em vozes femininas. Principalmente quando o assunto é samba, bossa nova e jazz. Acho que o timbre feminino, com suas possibilidades de variação e textura aveludada, combinam mais com o swing e as circunvoluções desses ritmos, digamos, redondos (desculpem pela sinestesia esdrúxula).
Dêm só uma olhada:



Debut

Finalmente me rendo à tentação de ser um blogueiro!
Faz anos que, vira e mexe, tenho ímpetos de montar um blog, mas vários elementos acabam se unindo em um conluio obscuro para me dissuadir: ocupações do dia a dia, medo de me expor e, principalmente, preguiça.
Acontece que gosto muito de escrever e tenho uma necessidade sendenta de me expressar e expor minhas opiniões. Há que se criar uma válvula para estes miolos que não param de pensar. Acho que é como se o influxo violento de neurotransmissores precisasse ter um destino (simbolicamente, lógico).
Então, começo um blog, e não tenho certeza de onde isso vai dar. Tal fato, ao mesmo tempo que me enche de medo, coloca a adrenalina pra circular, assanhando minhas vísceras.
O que vocês verão nesse blog:
Postagens de periodicidade e volume irregulares
Viagens psicodélicas ao reino da cultura pop
Opiniões, muitas opiniões
Descargas de raiva e frustração
E muito drama, hehe.
Bom, é isso aí. Espero que vocês gostem, ou não gostem, mas comentem e critiquem. A crítica é um excelente combustível intelectual.